Você já levou uma criança ao supermercado, deu dinheiro a ela e pediu que fizesse as melhores escolhas? Provavelmente, o carrinho voltou cheio de doces, chocolates e biscoitos – e, muitas vezes, com itens que ultrapassavam o valor disponível. É fácil sorrir ao imaginar essa cena, mas, na prática, muitos adultos cometem erros semelhantes quando se trata de investir. Falta de planejamento, decisões baseadas na emoção ou no brilho do momento e, claro, a ausência de um processo estruturado acabam levando a escolhas que geram frustração.
Investir exige muito mais do que um olhar superficial sobre os ativos. Sem um plano, as decisões financeiras são guiadas por impulsos. Muitos optam por ativos que “parecem” interessantes, seja porque tiveram um bom desempenho recente ou porque foram recomendados sem critério claro. Esse comportamento é tão ineficiente quanto uma criança que escolhe guloseimas sem considerar as necessidades reais. No final, o resultado é o mesmo: desequilíbrio, arrependimentos e, em alguns casos, dívidas.
Um bom processo de investimento vai além da escolha individual. Ele envolve reflexão e, acima de tudo, discussão. Grandes gestores raramente trabalham sozinhos. Até mesmo Warren Buffett tinha Charlie Munger e outros gestores. Profissionais de investimentos contam com equipes consultivas que não apenas trazem ideias, mas também exercem o papel crítico de apontar riscos e vieses nas decisões. Esse confronto saudável entre diferentes perspectivas é o que garante escolhas mais equilibradas e estratégicas.
Da mesma forma, para o investidor comum, um grupo de amigos com conhecimentos financeiros ou a figura de um assessor ou consultor pode desempenhar um papel crucial. Um bom assessor não está ali apenas para oferecer produtos, mas para discutir cenários, compreender o perfil do investidor, chamar a atenção de possíveis falhas de investimentos e ajudar a alinhar as escolhas aos objetivos de longo prazo. Essa orientação pode evitar erros recorrentes, como seguir tendências de mercado ou investir sem levar em conta a necessidade de liquidez ou os riscos.
Outro ponto essencial é evitar o consumo desmedido. Assim como a criança no supermercado ultrapassa o limite do dinheiro, muitos adultos ultrapassam o limite do razoável ao adquirir bens que comprometem o orçamento. Isso drena recursos que poderiam ser aplicados em investimentos, atrasando planos maiores, como a independência financeira ou a realização de sonhos.
Planejar é essencial, mas não basta ter um plano; é preciso segui-lo. E para isso, contar com uma rede de apoio, seja uma equipe de confiança, seja um consultor, faz toda a diferença. Grandes conquistas não acontecem isoladamente; elas são fruto de boas ideias, debates sólidos e, principalmente, consistência.
Portanto, na próxima vez que pensar em investimentos, lembre-se: não basta encher o carrinho com o que brilha aos olhos. Reflita, planeje, discuta e siga um caminho que leve você a resultados sustentáveis. Afinal, as melhores escolhas são aquelas que consideram o longo prazo para os investimentos e para a vida.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.
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noticia por : UOL