Oposição bolsonarista explora desinformação sobre Pix para atacar governo

Enquanto a iniciativa não sai, a oposição explora o cenário para criticar o governo. Um vídeo em que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) diz que o governo vai tratar o pequeno comerciante como grande sonegador já ultrapassou 170 milhões de visualizações no Instagram – é quase quatro vezes mais views que o último vídeo publicado pela popstar mundial Beyoncé na mesma rede social, por exemplo.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou um vídeo perguntando se os internautas sentem falta do governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele compartilhou um vídeo em que o pai diz ter criado o Pix em 2020. Embora tenha sido lançado em novembro daquele ano, o Pix já estava sendo preparado pelo Banco Central desde 2018, antes do mandato de Bolsonaro. A gravação acumula mais de 1,5 milhão de visualizações e foi compartilhada pelo ex-presidente.

O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) diz que irá propor um decreto legislativo para suspender a norma da Receita, e que espera o apoio dos colegas. Nas redes sociais, ele diz que “a fome insaciável do governo por arrecadação é evidente, e agora o Pix virou o alvo da vez”.

Faltou avaliação do impacto político, opinaram aliados do Planalto. Auxiliares ouvidos pelo UOL apontaram que o governo já está com fama de gastador, tanto para o mercado financeiro quanto para a população, o que ajudou a história a colar.

Além disso, “taxa das blusinhas” criou precedente ruim. Um imposto de importação sobre compras internacionais de até US$ 50, que eram isentas anteriormente, passou a valer em agosto passado, após o governo ir e voltar sobre o assunto.

Governo estuda medidas, inclusive na esfera criminal, para responsabilizar quem está espalhando desinformação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na manhã desta quarta-feira (15) que a AGU (Advocacia-Geral da União) vai tomar as medidas cabíveis, inclusive criminais se necessário. Ele afirmou que golpistas estão se aproveitando das dúvidas para enganar os consumidores, e quem espalha fake news está “patrocinando organizações criminosas”.

noticia por : UOL

23 de janeiro de 2025 3:00

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