Vídeos publicados nas redes sociais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a posse do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, evidenciam a inspiração na linguagem adotada pelo prefeito do Recife, João Campos (PSB).

Isso inclui uso de efeitos sonoros, cortes rápidos e informalidade, que são características das redes do prefeito. A relação não é por acaso: Campos cedeu dois membros de sua equipe para ajudar na gestão Sidônio na Secom.

Segundo um petista com acesso ao Palácio do Planalto, o melhor exemplo é um vídeo publicado nesta quarta-feira (22) sobre a duplicação da BR-381, em Minas Gerais.

Com mais de 2,2 milhões de visualizações em 24 horas, o vídeo começa com o presidente dizendo “duplicou”, reproduzindo o número dois com os dedos, ao lado do ministro Renan Filho (Transportes). Ao fundo, há um som semelhante ao do jogo de videogame Super Mario.

Outro vídeo produzido nesta semana resgata imagens de agendas de Lula no ano passado. Nos cortes, um homem, um jovem e uma mulher aparecem citando casos de impacto na vida pessoal e na família em razão de programas como ProUni e Fies. Um trecho rápido de poucos segundos abre o vídeo com uma frase de impacto de um cidadão comum, a fim de reter o usuário, seguido de um efeito visual.

No vídeo em que enaltece as indicações de Fernanda Torres e de ‘Ainda estou aqui’ ao Oscar, há edições que aproximam e afastam, sucessivas vezes, o rosto do presidente da câmera, criando um fluxo de imagens dinâmico, mesmo com a manutenção do cenário ao longo dos 30 segundos. A equipe de comunicação também incluiu figuras da atriz, do filme e da estatueta, acompanhadas de sons curtos, da premiação ao redor de Lula.

As estratégias digitais são semelhantes às usadas no dia a dia da atuação de Campos, que é considerado um exemplo de sucesso nas redes sociais. Por isso, o governo levou a responsável por gerir as redes sociais dele, Mariah Queiroz, para atuar no Planalto. O marqueteiro do prefeito, Rafael Marroquim, atua como consultor informal após articulação de Sidônio, que tomou posse no dia 14.

Antes, os vídeos do presidente tinham cunho mais formal nos discursos e nos cenários e com poucos usos de efeitos sonoros e visuais de forma conjunta.

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