FERNANDA ESCOUTO

DO REPÓRTERMT

O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou, nesta sexta-feira (24), a soltura do ex-jogador de futebol João Lennon Arruda de Souza e do ex-servidor da Câmara de Cuiabá, Elzyo Jardel Xavier Pires.

Eles foram alvo da Operação Ragnatela, deflagrada em junho pela Polícia Federal. As investigações revelaram um esquema de lavagem de dinheiro para uma facção por meio de eventos em casas de shows de Cuiabá.

>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão

Na decisão, o juiz destacou que a situação de Elzyo Jardel, que irá usar tornozeleira eletrônica, e João Lennon, é “menos gravosa”, perto de outros envolvidos no esquema.

“Dessa forma, sopesando a participação dos denunciados que se mostram menos gravosas, aliada ao fato de que os depoimentos colhidos não indicaram novos elementos que agravem a conduta destes, revela-se suficiente e adequado ao caso, nesta fase processual, a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão”, pontuou Jean Garcia.

O magistrado pontuou ainda, que soltos eles não oferecem risco à ordem pública.

“Diante de todas essas ponderações, considerando que para a decretação ou manutenção da prisão preventiva exige-se a reiteração criminosa acompanhada de circunstâncias concretas e relevantes para resguardar a ordem pública, inexistindo indícios de que a liberdade dos increpados resultará em risco à ordem pública e por se mostrarem suficientes e adequadas a fixação de medidas cautelares diversas da prisão, impõe-se a revogação da medida constritiva”, argumentou.

Na mesma decisão, o juiz manteve a tornozeleira do ex-servidor da Câmara e promotor de eventos, Rodrigo Leal e a prisão preventiva de Joadir Alves Gonçalves, Joanilson de Lima Oliveira e Willian Aparecido da Costa Pereira.

Operação Ragnatela

A Operação revelou que o grupo criminoso comprou casas noturnas na Capital e as usava para lavar dinheiro por meio da realização de shows nacionais.

Conforme os investigadores, Joadir Alves Gonçalves, vulgo Jogador, foi apontado como liderança do esquema e responsável por repassar os recursos da facção para lavagem. Ele, segundo investigação, recebia o dinheiro de integrantes operacionais do CV, Joanilson de Lima Oliveira, vulgo Japão, e João Lennon Arruda de Souza, após o recolhimento da venda de drogas.

Esse montante, geralmente em espécie, era entregue para os promotores de eventos Willian Aparecido da Costa Pereira, vulgo Gordão, Rodrigo de Souza Leal e Elzyo Jardel Xavier Pires.

Leia mais: Gaeco denuncia ex-servidor da Câmara de Cuiabá, ex-jogador e mais 12 por esquema de lavagem de dinheiro para o CV
Organograma revela função de cada membro de grupo que lavava dinheiro do CV em casas noturnas