Haverá eleição em menos de dois anos: brasileiros livres ou acorrentados?

Para os seus criminosos de estimação, a extrema-direita verte até lágrimas. Para os brasileiros oriundos dos EUA, submetidos a sevícias, nada além da reação cínica. Dizem: “Ah, sempre foi assim. E esses de agora foram detidos durante o governo Biden”. De fato, as algemas não são novidade, e a detenção precedeu a posse de Trump. De resto, não é a primeira leva que chega com brasileiros ilegais. Mas, tudo indica — e houve até uma revolta dos degradados —, desta feita, os funcionários da imigração destacados para acompanhar o voo foram especialmente violentos e desrespeitosos. Afinal, os EUA estão sob nova direção.

Ademais, vimos o que disse Trump durante a campanha. Inventou a mentira, desmentida pelos números, de que teria havido uma explosão de criminalidade nos quatro anos da gestão Biden, provocada pelos imigrantes. O FBI apontou que houve uma queda da violência. A resposta do então candidato: o órgão federal estaria mentindo. No auge do ridículo, acusou os ilegais de estarem comendo os gatos dos americanos…. Não vai expulsar 11 milhões do país, conforme prometeu, mas já se vê que não vai abrir mão de produzir imagens de acorrentados pela cintura, enfileirados, deixando o país, no que considera um processo de higienização da América…

E qual é a resposta da extrema-direita aqui? Ora, atacam a suposta “hipocrisia” das esquerdas, que só teriam acordado para a questão agora, porque Trump chegou ao poder. Trata-se de uma reação pusilânime. Se aquela sabujice a que me refiro no primeiro parágrafo foi uma expressão bisonha do complexo de vira-lata, a anuência com a violência de que foram vítimas os brasileiros e a tentativa de justificar a truculência do trumpismo traduz o apreço pelo “complexo de pit bull” daquele estranho senhor.

Dada a trajetória espetacular do filme “Ainda Estou Aqui”, certa crônica vil resolveu criticar um suposto clima de “Copa do Mundo” que teria se apoderado de alguns setores por aqui, mobilizados numa torcida excessiva e até irracional em favor do filme de Walter Salles. É análise de gente mixuruca. Que mal há, e obviamente não há nenhum, em torcer para que o mundo reconheça a excelência de uma produção brasileira, que conta ainda com o desempenho encantador e encantatório de Fernanda Torres?

Detestável, aí sim, é constatar que há lideranças políticas por aqui, e muitas com o poder da representação, que ou silenciaram diante da humilhação e da violência a que foram submetidos os brasileiros no voo de deportação ou, ainda pior, aproveitaram o episódio para, mais uma vez, cantar as virtudes do modo trumpista de fazer as coisas. É uma gente que se veste de verde e amarelo, mas odeia o Brasil e os brasileiros, muito especialmente o que dá certo e está fora de seu radar ideológico de ódios e exclusões.

Sim, é preciso fazer a devida luta política para deixar claro quem quer o quê e quais interesses defende. Haverá uma eleição em menos de dois anos. Brasileiros livres e respeitados ou submetidos ao achincalhe e acorrentados?

noticia por : UOL

27 de janeiro de 2025 22:09

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