A venda e o consumo de cigarros eletrônicos, popularmente conhecidos como vapes, têm crescido exponencialmente no Brasil, apesar da proibição imposta pela Anvisa desde 2009.

Convidada do podcast UOL Prime, a repórter Talyta Vespa fala dos perigos por trás do uso do dispositivo, que se alastrou entre jovens. Ela é a coautora da reportagem do UOL Prime “Os relatos de quem destruiu a saúde fumando vape”, junto de Luiza Vidal.

Em conversa com o apresentador José Roberto de Toledo, Talyta traz dados de uma nova pesquisa do InCor (Instituto do Coração), que aponta problemas de saúde associados ao uso de vapes: doenças pulmonares graves, vício intenso e doenças respiratórias crônicas.

A jornalista destaca que, embora a Anvisa tenha proibido a venda e a propaganda de vapes, a fiscalização é ineficiente e o produto é facilmente encontrado em lojas físicas e online.

A indústria do tabaco demonstra interesse em regulamentar o mercado de vapes, o que, segundo especialistas, poderia agravar ainda mais o problema de saúde pública.

A repórter também compartilha casos de jovens que apresentaram casos graves de saúde devido ao consumo intenso do vape.

“Ele começou a ter uma tosse constante e, de repente, começou a tossir sangue. Tinha 21 anos. Descobriram que o pulmão dele estava muito debilitado e ele precisaria fazer uma cirurgia. Durante a cirurgia, o pulmão começou a esfarelar na mão dela. Ele ficou com metade de um pulmão, foi o que sobrou”, relata.

Os vapes têm se tornado cada vez mais populares entre os jovens, atraídos por sua aparência moderna, variedade de sabores e pela falsa ideia de que são menos prejudiciais que os cigarros tradicionais.

A publicidade online, feita por influenciadores, também contribui para a disseminação do uso desses produtos.

“Muitas empresas de cigarro eletrônico contratam esses influenciadores de uma forma também extraoficial”, explica Talyta.

“E aí eles conduzem como esses influenciadores vão postar, por exemplo: uma foto usando, fumando vape, ou postar um vídeo. Se tem uma marca que é roxa, eles vão fazer lá uma camiseta roxa, um cenário meio roxo, e o influencer fuma para induzir aquela marca”, afirma.

Diante desse cenário, explica a jornalista, especialistas e pesquisadores defendem a necessidade de intensificar a fiscalização e a punição dos envolvidos no comércio ilegal de vapes.

A regulamentação do mercado, como defendem alguns setores, é vista como uma ameaça à saúde pública, pois ela pode legitimar o uso de um produto altamente viciante e prejudicial.

O podcast UOL Prime é publicado às quintas-feiras no YouTube do UOL Prime, Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music, Deezer e em todas as plataformas de podcast.