Em novembro de 2022, o presidente do PL pediu a anulação das urnas apenas no segundo turno, usando falácias e mentiras sobre o registro de votos nas urnas fabricadas antes de 2020. Logo após isso, o ministro Alexandre de Moraes, então presidente do TSE, emitiu um despacho dizendo que a solicitação deveria conter também a anulação dos votos nos dois turnos. Ou seria desconsiderado.
O problema é que as urnas haviam dado ao PL, no primeiro turno, a maior bancada na Câmara dos Deputados nesta legislatura, com 99 parlamentares, além de oito senadores. E o poder político e o montante bilionário do fundo partidário e do fundo eleitoral decorrentes dessa liderança são coisas que Valdemar não iria querer abrir mão.
Ele então disse que não fazia sentido excluir os votos do primeiro turno, pois criaria um “grave tumulto processual”, colocando milhares de outros candidatos como polo passivo do caso, inviabilizando a apuração. E afirmou que fazer isso apenas no segundo turno seria uma forma “mais prática, objetiva e célere”. Enfim, sentiu.
“Nós estamos discutindo não a eleição, estamos discutindo a história do Brasil. Como vamos viver com o fantasma da eleição de 2022?”, disse na época. Se as urnas não prestavam para colher os votos no segundo turno, também não prestariam para o primeiro. Mas ele conseguia conviver com a tal assombração no que diz respeito à eleição de deputados e senadores de seu partido, mas não com o “fantasma” representado pela eleição de Lula, escolhido pelas mesmas urnas.
Ao final, o partido foi multado em R$ 22,9 milhões e teve suas contas congeladas enquanto não pagasse o montante.
Desde que Valdemar da Costa Neto passou a usar o jurídico do PL para dar apoio ao golpismo de Jair, surgiram notícias dando conta de que ele era pessoalmente contrário a isso, mas estava colocando as ações em prática por ser pressionado pelo presidente da República e pela metade bolsonarista da bancada eleita no partido. Bobagem. As entrevistas que ele concedeu ou as conversas que fez com ministros e parlamentares dizendo que não tinha más intenções não eliminaram a erosão da democracia causada por sua colaboração ao golpismo.
noticia por : UOL