A Amazon revelou nesta quarta-feira (26) uma versão “conversacional” muito aguardada da Alexa, apostando que um chatbot mais personalizado, movido por IA (inteligência artificial) generativa, lhe dará uma vantagem no mercado de assistentes digitais.
A Amazon afirmou que seu serviço chamado Alexa+ permitiria que os clientes interagissem com seus assistentes de voz em “conversas naturais e fluídas”. A atualização, segundo a empresa, tornaria os serviços mais personalizados à medida que o dispositivo aprende os hábitos e horários diários dos usuários.
“A nova Alexa conhece quase todos os instrumentos da sua vida”, disse Panos Panay, chefe de dispositivos da Amazon, em um evento em Nova York. Ele afirmou que também ajudaria a organizar os horários dos clientes e controlar uma variedade de dispositivos domésticos inteligentes.
Os serviços serão oferecidos por US$ 19,99 por mês, ou gratuitamente junto com a assinatura Prime de US$ 14,99 da Amazon, com o Alexa+ sendo um atrativo para aumentar a demanda por contas Prime.
A nova Alexa é a tentativa da Amazon de alcançar rivais como Google, Meta e Microsoft na incorporação de IA generativa em produtos e serviços para ajudar a aumentar as receitas.
O gigante do comércio eletrônico aumentou a receita oferecendo serviços e produtos de data center de IA para clientes empresariais por meio de sua unidade de computação em nuvem Amazon Web Services, e fez uma aposta estratégica de US$ 8 bilhões na startup Anthropic para competir com empresas como a OpenAI, apoiada pela Microsoft, em modelos de IA mais avançados. Mas tem ficado atrás em produtos voltados para o consumidor.
A empresa comprometeu-se com US$ 100 bilhões em despesas de capital este ano, com ênfase na infraestrutura de IA.
A Alexa+ foi anunciada há mais de um ano e meio e foi revelada após a OpenAI lançar seu modelo ChatGPT em 2022.
No entanto, o desenvolvimento enfrentou dificuldades, com as equipes de IA e Alexa da empresa encontrando tempos de resposta lentos e “alucinações” ou respostas fabricadas.
O novo serviço opera em uma variedade de modelos de linguagem de grande escala, incluindo o Claude da Anthropic e o serviço interno Nova do grupo de comércio eletrônico, dependendo da tarefa definida pelo cliente. A Amazon também está lançando um site da Alexa e um novo aplicativo móvel.
O anúncio desta quarta veio mais de uma década depois da primeira iteração do assistente digital da Amazon ser lançada em seu dispositivo Echo. Desde então, a empresa vendeu mais de 500 milhões de dispositivos habilitados para Alexa, mas não divulgou publicamente se a unidade gerou lucro, apesar de investir dezenas de bilhões de dólares em sua gama de dispositivos e alto-falantes inteligentes.
Executivos da Amazon demonstraram a Alexa atualizada fazendo reservas em restaurantes, agendando um serviço de reparo, pedindo um Uber para buscar um passageiro no aeroporto, reservando ingressos para shows e configurando alertas de preços.
Eles também mostraram a Alexa processando informações de documentos e fotografias carregados, e destacaram a nova capacidade do assistente de completar tarefas para os clientes.
Panay disse que a versão atual da Alexa ainda tinha algumas limitações e os usuários às vezes ouviriam a resposta “desculpe, não entendi bem isso”.
“A Alexa tem um legado de dez anos de confiança e transparência com nossos clientes —e tudo acumulado nesses anos continuará com a Alexa+”, acrescentou.
noticia por : UOL