Cidade de Bahía Blanca, na província de Buenos Aires, registrou volume recorde de 300 mm de chuvas em apenas 5 horas na semana passada. Governo local chamou episódio de tragédia. Tempestade histórica deixa mortos em cidade da província de Buenos Aires, na Argentina
Subiu para 16 o número de mortos de um temporal histórico que atingiu a cidade de Bahía Blanca, na província de Buenos Aires, na semana passada, segundo atualização das autoridades argentinas nesta segunda-feira (10). A tempestade histórica também deixou 100 desaparecidos e prejuízos milionários.
A chuva transformou ruas inteiras em rios (veja no vídeo acima), obrigando a suspensão das aulas e a interrupção do serviço de transporte público. Algumas das vias de acesso à cidade foram destruídas. O governo local classifica a ocorrência como “tragédia”, com mais de mil habitantes desabrigados. Hospitais e outros serviços também foram afetados.
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Segundo o serviço meteorológico argentino, foram 300 mm de chuva registrados em apenas 5 horas, uma precipitação recorde na cidade para o mês de março. O prefeito da cidade, Federico Susbielles, disse que a cidade ficou “submersa”.
Quase mil pessoas permanecem em cerca de dez abrigos, enquanto máquinas pesadas removem escombros em uma lenta reconstrução desta localidade costeira de 350.000 habitantes, 600 km ao sul da capital argentina. Em algumas partes da cidade “há um metro e meio de lama”, disse o ministro da Segurança de Buenos Aires, Javier Alonso, nesta segunda-feira.
“As águas baixaram em todos os lugares” nos limites da cidade, embora localidades vizinhas ainda estejam alagadas, segundo Alonso. A cidade de Bahía Blanca fica a 636 km de Buenos Aires, no sul da província de mesmo nome.
Entre os procurados estão duas irmãs, de 1 e 5 anos, levadas pela correnteza junto com a mãe, sobrevivente da tragédia. O corpo de um homem que tentou as resgatar foi encontrado na tarde de domingo. As irmãs são as únicas pessoas “registradas como desaparecidas ao Ministério Público”, segundo Alonso.
Carro arrastado durante tempestade na Argentina
Reprodução/Reuters
Cerca de 200 bombeiros chegarão a Bahía Blanca nesta segunda-feira, além de quase 800 policiais, em meio a temores de saques.
A tempestade, a pior da história de Bahía Blanca, causou danos de cerca de 400 milhões de dólares (2,30 bilhões de reais), segundo um balanço preliminar. O governo argentino autorizou uma ajuda extraordinária de 10 bilhões de pesos (R$ 53 milhões) para a província de Buenos Aires, onde fica Bahía Blanca.
Nos bairros onde a água baixou, emergiram pilhas de entulho, móveis danificados e carros empilhados enquanto os moradores removiam a lama de suas casas.
O governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, descreveu o que aconteceu como “uma catástrofe sem precedentes”. A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, disse que a tragédia não poderia ter sido prevista.
“Caíram 300 milímetros (de chuva) em oito horas na cidade que recebe 190 milímetros por ano, não há infraestrutura que suporte isso, em um fenômeno climático que destrói tudo”, disse Bullrich ao jornal argentino “Infobae”.
A ministra foi hostilizada por moradores quando visitou o local após a chuva histórica. Bullrich e o ministro da Defesa, Luis Petri, tiveram que ser escoltados de volta ao carro em que chegaram sob gritos e palavras de ordem dos moradores.
O presidente da Argentina, Javier Milei, não visitou Bahía Blanca, mas lamentou a tragédia em publicação na rede social X.
As chuvas afetaram toda a região, com cerca de dois milhões de hectares de terras agrícolas danificadas.
Bebês são retirados de UTI neonatal em Bahía Blanca, província de Buenos Aires, após tempestade histórica
Latin America News Agency via Reuters Connect
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Fonte: G1