Forever 21 entra com pedido de recuperação judicial nos EUA

A operadora da varejista de roupas Forever 21 entrou com pedido de Chapter 11 (semelhante à recuperação judicial no Brasil) nos EUA nesse domingo (17), aproximando a marca do fechamento de centenas de lojas nos EUA, a menos que um comprador seja encontrado para seus ativos.

Responsável por popularizar o modelo de varejo de moda rápida com preços baixos e tendências atuais, a Forever 21 se espalhou por shoppings nos anos 2010, mas tem lutado para acompanhar as mudanças de comportamento dos consumidores, principalmente os mais jovens, com a transição para o varejo online e a crescente concorrência global no setor de moda rápida.

Esta é a segunda vez em seis anos que a varejista solicita proteção contra falência.

As lojas e o site da Forever 21 nos EUA permanecerão abertos, mas começarão a reduzir as operações enquanto a marca busca um comprador para alguns ou todos os seus ativos, afirmou a sua operadora em um comunicado.

Documentos judiciais indicaram que as lojas foram instruídas a realizar vendas de liquidação do estoque restante. As lojas da marca em outros países não serão afetadas.

De acordo com o site da Forever 21, a varejista tem cerca de 350 lojas nos Estados Unidos —em 2019, eram mais de 530.

Em comunicado, o diretor financeiro da F21 OpCo, Brad Sell, afirmou que a Forever 21 teve dificuldades para competir com marcas estrangeiras de moda rápida ou absorver seus custos crescentes, enquanto os clientes sofriam com um poder de compra menor e as tendências de consumo estavam mudando.

“Embora tenhamos avaliado todas as opções para posicionar melhor a empresa para o futuro, não conseguimos encontrar um caminho sustentável”, afirmou Sell.

Os documentos judiciais listaram os ativos estimados da empresa entre US$ 100 milhões e US$ 500 milhões (entre R$ 572,50 e R$ 2,86 bilhões), enquanto seus compromissos assumidos estão entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões (R$ 5,72 bilhões e R$ 57,25 bilhões). No auge, em 2015, a receita da Forever 21 ultrapassou US$ 4 bilhões.

A empresa teve grande expansão nos anos 2000 e 2010, abrindo filiais em todo o mundo e entrando nos mercados de roupas masculinas e infantis, além de maquiagem e decoração para casa —fora os produtos para seu público tradicional de adolescentes e mulheres na faixa dos 20 anos.

Ao mesmo tempo, os consumidores mais jovens tornaram-se cada vez mais cautelosos com os altos custos ambientais e trabalhistas associados à produção em massa de roupas mais baratas.

Em 2020, o Authentic Brands Group fechou um acordo para comprar a Forever 21, que estava com pedido de falência, adquirindo uma parcela de sua propriedade intelectual e negócios operacionais como parte de um novo grupo de proprietários. Em janeiro de 2024, o Retail Dive relatou que o CEO da Authentic, Jamie Salter, descreveu a aquisição como “provavelmente o maior erro que cometi”.

Em 2023, a Forever 21 assinou um acordo de parceria com o concorrente chinês Shein, no qual roupas da empresa norte-americana seriam projetadas, fabricadas e distribuídas no site da varejista asiática.

A equipe de marido e mulher Do Won Chang e Jin Sook Chang abriu a primeira loja da varejista em Los Angeles em 1984, sob o nome Fashion 21. O estabelecimento oferecia roupas acessíveis e atuais, que eram em grande parte compradas de liquidações no atacado para minimizar os custos de varejo.

noticia por : UOL

17 de março de 2025 19:44

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