Shawn Mendes, fã do Brasil, se repete em show no Lollapalooza

Os grandes festivais de música no Brasil vêm sofrendo de um problema —a repetição de artistas. Exemplo disso é o cantor Shawn Mendes, que encabeçou a programação do Lollapalooza neste sábado, apenas seis meses depois de cantar no Rock in Rio.

Os fãs agradecem, claro, mas trazer um artista que veio há pouco ao país ajudou a fazer deste o lineup mais fraco do Lollapalooza nos últimos anos. Mendes cantou no palco Budweiser, às 21h, depois de se apresentarem no Autódromo de Interlagos nomes como Alanis Morissette e Tate McRae.

Mendes não está em alta, há tempos carece de um hit, e nem parece mirar mais o status de pop star que tinha no passado. Depois de enfrentar problemas de saúde mental, e ficar recluso —tendo cancelado uma turnê há três anos para se cuidar—, o cantor fez um disco puxado ao folk, introspectivo, de letras poéticas, nada dançante como os anteriores.

Lançado em novembro, dois meses depois de sua vinda ao Rio de Janeiro, o álbum “Shawn” é o que tornou este show ligeiramente diferente do último. Mas não o suficiente. No Rio, Mendes já tinha adiantado três canções do novo projeto, e não foi muito além disso agora, com poucas inéditas no repertório.

Ele sabe que o novo álbum não colou para o público geral, ainda que tenha agradado aos seus seguidores mais fiéis. Assim, fez o certo para um show de festival —apostou nos sucessos.

E não lhe faltam hits. “There’s Nothing Holdin’ Me Back” e “Treat You Better” abriram o show para euforia da plateia —as faixas têm quase 2,5 bilhões de reproduções no Spotify, o que é impressionante, dado que elas foram lançadas há oito anos, quando o streaming não tinha a força de hoje.

São músicas que tocaram à exaustão nas rádios, dessas que todo mundo já ouviu, bem como “Stitches”, seu maior sucesso, tocada na reta final, depois de uma série de favoritas dos fãs, caso de “Lost in Japan”, “Mercy” e “Señorita”, que Mendes lançou com a ex-namorada, a cantora Camila Cabello.

Mendes se sai bem, pelo menos, ao exibir seu fascínio pelo Brasil. Já tendo dito em um evento no país onde nasceu, o Canadá, que os brasileiros são seu público de show favorito —mais que os próprios canadenses—, ele sempre faz declarações apaixonadas para o país no palco.

Fala em português, muitos “eu te amo”, carrega a bandeira verde e amarela e, desta vez, ainda levou músicos brasileiros ao palco para tocar pandeiro e tambor em “Youth”. No final, tocou um trecho de “Mas que Nada”, de Jorge Ben Jor —mas mesmo isso não foi novidade, um repeteco do que ele fez no Rock in Rio.

Foi um show correto, mas morno, muito menos lotado que o de Olivia Rodrigo, nome mais quente do pop que concluiu a programação de sexta-feira. Era possível caminhar com tranquilidade pelo meio do público, algo impossível nas apresentações de Billie Eilish, há dois anos, e de Miley Cyrus, em 2022, estas sim artistas de peso para um festival do porte do Lollapalooza. Foi a estreia de Eilish no país, e a volta de Cyrus após oito anos.

Mendes encerrou com “In My Blood”, uns poucos fogos de artifício e muitos aplausos dos fã, nada muito exuberante —como foi seu show inteiro.

noticia por : UOL

1 de abril de 2025 4:07

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