O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu novamente no domingo (30) que poderia optar por um terceiro mandato, um desafio à Constituição americana, que estabelece apenas dois.
O bilionário de 78 anos disse em várias ocasiões que pode aspirar a mais de dois mandatos, mas suas declarações de domingo são as mais concretas em relação a um plano para alcançar esse objetivo.
Questionado sobre se não planeja deixar o cargo em 20 de janeiro de 2029, na próxima posse presidencial, Trump respondeu a jornalistas, a bordo do avião presidencial: “Não estou buscando isso, mas digo a vocês que tive mais pessoas pedindo para eu ter um terceiro mandato”.
“Ainda temos quase quatro anos, é muito tempo, mas apesar disso, muitas pessoas dizem que eu tenho que me candidatar novamente. Elas adoram nosso trabalho”.
Mais cedo, em uma ligação para o canal de televisão NBC, ele disse: “Não estou brincando”, quando lhe pediram para esclarecer seus comentários sobre um novo mandato presidencial. “Existem métodos pelos quais isso poderia ser feito”, acrescentou.
“Muitas pessoas querem que eu faça isso”, insistiu. “Mas basicamente digo a elas que temos um longo caminho pela frente, sabem, é muito cedo na administração”.
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Reformar a Constituição dos Estados Unidos para permitir um terceiro mandato presidencial exigiria uma maioria de dois terços tanto na Câmara dos Representantes quanto no Senado, números que o Partido Republicano de Trump não possui.
Trump afirmou que é “cedo demais para pensar nisso”, mas assegurou à NBC que lhe foram apresentados planos que lhe permitiriam buscar a reeleição.
Quando a NBC perguntou sobre um possível cenário em que o vice-presidente JD Vance se candidatasse à presidência e depois renunciasse para entregar o poder a Trump, o atual mandatário disse que “esse é um” método.
Ele acrescentou que “há outros”, mas se recusou a dar mais detalhes.
Trump lançou sua segunda presidência com uma onda sem precedentes de decretos e utilizou o homem mais rico do mundo, Elon Musk, para desmantelar partes do governo federal.
Se Trump não buscar emendar a Constituição através do Congresso, precisaria conseguir o apoio de dois terços dos 50 estados do país para convocar uma convenção constitucional que propusesse mudanças à Carta Magna.
Seja por um caminho ou por outro, ele precisaria depois da ratificação de três quartos de todos os estados.
As duas alternativas parecem pouco prováveis, considerando o atual número de estados e congressistas sob controle republicano.
Os Estados Unidos nunca tiveram uma convenção constitucional. As 27 emendas à Constituição foram aprovadas pelo Congresso.
noticia por : UOL