O pescador José Manoel relembrou a passagem do Papa Francisco pelo Rio. Pontífice levou 3,7 milhões a Copacabana na 1ª viagem do papado. O pescador José Manoel
Reprodução/TV Globo
O presidente da Colônia de Pescadores de Copacabana guarda na memória a passagem do papa Francisco pela orla do Rio, em 2013. O pontífice, que morreu nesta segunda-feira (21) aos 88 anos, estava na cidade para participar da 28ª Jornada Mundial da Juventude.
“Pra nós foi uma coisa muito importante ver que o Papa veio, parou em frente à colônia, olhou pra colônia, acenou para gente, nos deu a benção”, lembrou o pescador José Manoel.
O Rio foi o primeiro destino internacional do pontífice, recebido por aqui como um amigo. Ele escolheu um carro sem luxo e manteve as janelas abertas do aeroporto até a Catedral Metropolitana.
A viagem foi marcada pela quebra de protocolos. Francisco abraçou adultos e crianças, distribuiu bençãos, abraços e palavras de esperança.
“A todos e a cada um abraço afetuoso, bem-vindos a 28ª Jornada Mundial da Juventude nesta cidade maravilhosa do Rio de Janeiro”, disse o papa.
Passagem do Papa pelo Rio foi marcada por simplicidade, carisma e mensagens contra a intolerância
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Reprodução/TV Globo
Quebra de protocolos
Francisco cumpriu uma agenda intensa. Na Zona Norte, inaugurou uma ala para o tratamento de dependentes químicos no Hospital São Francisco de Assis.
Na Favela de Varginha, em Manguinhos, o papa abençoou o altar da igreja, visitou a casa de uma família.
A família se mudou do endereço. Quem mora no local atualmente é a aposentada Marinalva Alves.
“Quando entrei aqui já senti a energia antes de entrar, quando eu cheguei já pedi pro rapaz reservar a casa pra mim sem nem eu olhar, foi uma energia que já me conquistou antes deu vim morar”, disse Marinalva.
Francisco abençoou duas irmãs gêmeas, que na época tinham dezesseis dias. “Depois que ele nos abençoou, várias bençãos aconteceram nas nossas vidas”, afirmou Yasmin Araújo, atualmente com 11 anos.
Francisco ainda conversou com os moradores em um altar montado num campinho de futebol.
“Queria bater em cada casa, dizer bom dia, pedir um copo d’água fresca, cafezinho. Não um copo de cachaça”, brincou Francisco.
Na catedral do Rio, o papa recebeu 30 mil jovens argentinos. No Teatro Municipal, ouviu emocionado o discursou de um morador do Complexo da Maré.
‘Não trago comigo apenas a tristeza e a lembrança dos meus irmãos e irmãs vitimados pela violência. Trago também os jovens que sonham com um novo amanhecer.”
Pessoas de todo o Brasil e do exterior foram conhecer o papa. Nos trajetos de papa móvel, ele esteve pertinho dos fiéis.
Papa Francisco é o recordista de público em Copacabana. Na última missa da Jornada Mundial da Juventude, reuniu 3,7 milhões de pessoas, segundo o Vaticano.
O número supera todos os outros grandes eventos, como shows internacionais e o réveillon mais famoso do mundo.
Na mensagem aos fiéis, Francisco falou de alegria e coragem.
“Eu peço que vocês sejam revolucionários. Eu tenho confiança em vocês, jovens. Rezo, tenham a coragem de ir contra a corrente, tenham a coragem de ser felizes.”
Ele também se posicionou contra a intolerância, o racismo, a violência e a fome.
“Com a cruz, Jesus se une a todas as pessoas que sofrem fome em um mundo que, por outro lado, se permite o luxo de jogar fora cada dia, toneladas de alimentos. Com a cruz, Jesus está junto a tantas mães e pais que sofrem ao ver os seus filhos vítimas de paraísos artificiais com a droga.”
“Com a cruz, Jesus se une a quem é perseguido por sua religião, por suas ideias, ou simplesmente pela cor da sua pele.”
Papa Francisco se despediu com palavras de esperança. A imagem da simplicidade e do amor ficou gravada na memória e nos corações brasileiros.
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Fonte: G1