'Francisco asiático': quem é Luis Tagle, o cardeal filipino entre os principais cotados para ser o novo papa


Líder da Igreja Católica nas Filipinas, país com mais de 90 milhões de fiéis, Tagle era próximo de Francisco e compartilhava ideais. Ele participará do conclave e é apontado como um dos favoritos na corrida. Em imagem de 2015, o papa Francisco e o cardeal Luis Antonio Tagleacenam para a platéia com um gesto que significa ‘Eu te amo’ durante um encontro com famílias na arena do Shopping da Ásia em Manila, nas Filipina. ,
Wally Santana/AP
O próximo papa será asiático? O nome que alimenta essa possibiliade é de Luis Antonio Tagle, cardeal filipino que tem despontado como um dos possíveis substitutos do papa Francisco.
Um dos motivos para isso é que Tagle era muito próximo do pontífice argentino, com quem compartilhava a ideia de uma igreja missionária focada na defesa dos marginalizados, o que fez com que ele ganhasse o apelido de “Francisco asiático”.
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A proximidade pode ser uma vantagem, já que alguns analistas vêm indicando que a igreja não fará grandes transformações na escolha de um novo pontífice. Outra vantagem é que Tagle comanda a Igreja Católica em um país com mais de 90 milhões de fiéis fevorosos.
Saiba mais, abaixo, sobre o cardela:
Também apelidado de “Chito”, o cardeal de 67 anos foi ordenado padre em 1982 e se tornou arcebispo de Manila em 2011, uma posição politicamente influente em uma das maiores dioceses da Ásia, onde o catolicismo está em ascensão.
Foi nomeado cardeal por Bento XVI em 2012.
O nome de Tagle já foi mencionado entre os candidatos papais em 2013, quando Francisco se tornou o primeiro pontífice latino-americano.
A casa de apostas britânica William Hill o coloca como o 2º favorito, atrás do ex-secretário de Estado, Pietro Parolin.
“Se eu fosse Deus, não me escolheria para ser bispo ou cardeal”, disse em uma entrevista em 2018. “Mas como não sou Deus, Deus provavelmente vê algo em mim, que eu não vejo em mim mesmo, e eu simplesmente tenho que confiar”.
Italiano que faz ‘sofrer’
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Luis Antonio Tagle nasceu em 21 de junho de 1957, em Imus, perto de Manila, em uma família modesta, e estudou em várias escolas católicas da capital, antes de estudar filosofia e teologia. Concluiu também um doutorado nos Estados Unidos.
Tagle era popular em seu país por suas conversas com os fiéis após a missa e por convidar pessoas em situação de rua para jantar em sua residência.
Adaptar-se à vida em Roma e às formalidades do Vaticano não foi fácil. Certa vez, ele se esqueceu de usar seu colarinho clerical em uma reunião e brincou com seus alunos de teologia dizendo que fazia “os italianos sofrerem” quando falava a língua deles.
Sempre manteve uma relação próxima com o papa argentino, que em 2019 o nomeou para liderar a Congregação para a Evangelização dos Povos, que supervisiona a difusão do catolicismo pelo mundo.
Depois, foi nomeado pró-prefeito do departamento, quando o papa reformou a congregação em 2022. Ele ficou responsável pela seção “Primeira Evangelização e Novas Igrejas Particulares”, com responsabilidade pelas novas dioceses.
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‘Ferida profunda’
Cardeal Luis Antonio Gokim Tagle, filipino
Vatican News/Divulgação
Orador eloquente com uma voz suave, Tagle ri de suas próprias piadas e injeta humor autodepreciativo em suas homilias. Mas também é conhecido por ser franco.
Como arcebispo de Manila, Tagle criticou a sangrenta guerra contra às drogas, travada por Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas na época.
“Não podemos permitir que a destruição de vidas se torne algo normal. Não podemos governar a nação matando”, disse Tagle em uma carta pastoral de 2017.
Tagle pediu uma igreja mais humilde e aberta. Em uma cúpula do Vaticano em 2019 sobre o combate ao abuso sexual infantil, ele destacou os mais altos escalões da igreja.
“A nossa incapacidade de responder ao sofrimento das vítimas, chegando mesmo ao ponto de rejeitá-las e de encobrir o escândalo para proteger os perpetradores e a instituição”, disse à delegação. “Isso feriu nosso povo, deixando uma ferida profunda em nossa relação com aqueles a quem fomos enviados para servir”.
No entanto, ele foi acusado de não abordar suficientemente o problema nas Filipinas.
Também foi questionado sobre a contratação de um padre belga condenado por abuso infantil na República Centro-Africana, pela instituição de caridade do Vaticano Caritas, que Tagle liderou de 2015 a 2022.
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Fonte: G1

30 de abril de 2025 19:11

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