Reprodução / Montagem RepórterMT
Operação da Polícia Civil investiga esquema de cobrança de propina na Câmara de Cuiabá
Reprodução / Montagem RepórterMT
Operação da Polícia Civil investiga esquema de cobrança de propina na Câmara de Cuiabá
VANESSA MORENO
DO REPORTÉR MT
A Polícia Civil apura se outros vereadores e ex-vereadores também receberam parte da propina de R$ 250 mil paga pela empresa HB 20 Construções em troca da aprovação de projetos na Câmara. O valor, que motivou o afastamento de Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson Fernandes (PSB), seria dividido com outros parlamentares, segundo depoimento de um funcionário da construtora.
Chico 2000 e Sargento Joelson são acusados de cobrar a propina da construtora responsável pelas obras do Contorno Leste, em Cuiabá, em troca de apoio à aprovação de matéria legislativa que possibilitou o recebimento de pagamentos devidos pelo município à referida empresa no ano de 2023. Eles foram alvos da Operação Perfídia, deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), na manhã dessa terça-feira (29).
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
LEIA MAIS: Chico 2000 e Joelson teriam cobrado propina para aprovar obra do Contorno Leste
Conforme investigação, os parlamentares teriam se comprometido a viabilizar uma certidão que permitiria ao município parcelar dívidas tributárias, medida que facilitaria a liberação de pagamentos pendentes à HB 20 Construção, que, com isso, acabou recebendo o pagamento de R$ 4.849.652,46 (quatro milhões, oitocentos e quarenta e nove mil, seiscentos e cinquenta e dois reais e quarenta e seis centavos).
Ainda segundo a investigação, Sargento Joelson teria dito ao funcionário da construtora, que atuava como intermediador da empresa, que o montante recebido seria dividido entre outros parlamentares para garantir o quórum necessário para a aprovação do projeto que permitiu o parcelamento das dívidas do município e o pagamento à HB 20 Construção.
O esquema teria ocorrido entre 2023 e 2024, na gestão de Emanuel Pinheiro (MDB), e a denúncia do esquema que resultou na operação partiu do prefeito de Cuiabá Abilio Brunini (PL) quando ele ainda era deputado federal.
LEIA MAIS: Operação que afastou vereadores em Cuiabá é baseada em denúncia de Abilio
Agora, a polícia busca desvendar a lista de beneficiários da propina.
Além dos vereadores, também foram alvos da Operação Perfídia o dono e dois funcionários da construtora. Eles foram identificados como José Márcio da Silva Cunha, Glaudecir Duarte Preza e Jean Martins e Silva Nunes.
Conforme decisão da juíza Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), os alvos das investigações foram submetidos a medidas cautelares como busca e apreensão, recolhimento de passaportes, sequestro de bens, incluindo veículos e imóveis, e bloqueio de até R$250 mil nas contas bancárias.
LEIA MAIS: Juíza manda vereadores afastados entregarem passaportes
Chico 2000 e Sargento Joelson foram afastados dos cargos e estão proibidos de acessar a Câmara Municipal e a empresa HB 20 Construções. Eles também não podem manter contato com funcionários da empresa e testemunhas do caso.
LEIA MAIS: Juíza manda afastar vereadores Chico 2000 e Sargento Joelson por tempo indeterminado
Ederli Coutinho determinou ainda a busca e apreensão de dados nos sistemas de controle de acesso da Câmara e imagens de câmeras de monitoramento, que deverão desvendar a presença de alvos da operação, ligados à construtora, na Casa Legislativa, onde aconteceram as negociações ilícitas e entrega de parte da propina.
FONTE : ReporterMT