O dólar abriu em baixa nesta quarta-feira (7), enquanto investidores reagem a uma possível diminuição das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, e aguardam as decisões do BC (Banco Central) e Fed (Federal Reserve, Banco Central dos Estados Unidos).
Às 9h04, o dólar caía 0,22%, a R$ 5,6988. Nesta terça-feira (6), véspera de decisões sobre os juros no Brasil e Estados Unidos, o dólar fechou novamente acima do patamar de R$ 5,70, com alta de 0,36%, cotado a R$ 5,710. No ano, porém, a divisa acumula baixa de 7,56%.
Mercados seguiram à espera da chamada “superquarta”, quando o Fed (Federal Reserve, o BC americano) e o Banco Central do Brasil vão anunciar a nova taxa de juros para os países. Acordos comerciais envolvendo o presidente Donald Trump permaneceram em foco.
No entanto, o otimismo que se instalou na semana passada com possíveis acordos vem se deteriorando. A falta de detalhes sobre as discussões tem trazido impaciência entre os investidores, o que prejudicou ativos mais arriscados nesta sessão, como o real.
Além disso, na última terça, China e EUA anunciaram o início da negociação de tarifas nesta sexta (9), na Suíça. O vice-primeiro-ministro He Lifeng estará na condição de “líder chinês das relações econômicas e comerciais China-EUA”.
Nos EUA, tanto o Departamento do Tesouro como o escritório do Representante de Comércio, Jamieson Greer, informaram que eles estarão na Suíça para as conversas.
Será o início das negociações sobre as tarifas impostas por Washington contra produtos chineses.
No mercado de ações, a Bolsa encerrou com uma variação positiva de 0,01%, a 133.515 pontos, após flertar com o zero a zero na maior parte da sessão, As ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) despencaram 20,20% após resultados do 1º trimestre e puxaram o índice para baixo.
As ações da Petrobras sustentaram tanto o sinal positivo da Bolsa quanto uma precificação mais acentuada do dólar. A PETR3, ações ordinárias, com direito a voto em assembleias, avançou 1,57%, a R$ 32,27, enquanto a PETR4, ações preferenciais, com preferência por dividendos, ganhou 1,65%, a R$ 30,15.
Na véspera, a Bolsa havia fechado com queda de 1,21%, aos 133.491 pontos, com a petroleira como impulsionador da baixa depois de a Opep+ anunciar que vai acelerar os aumentos na produção de petróleo.
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A semana estará cheia de decisões de bancos centrais pelo mundo sobre taxas de juros. O destaque será o anúncio do Fed nesta quarta-feira, com a expectativa de que manterá a taxa de juros inalterada. O Banco da Inglaterra, por sua vez, divulgará sua decisão na quinta-feira.
O foco dos investidores estará principalmente na forma como as autoridades desses bancos centrais veem os impactos das incertezas comerciais no crescimento econômico e na inflação.
“Temos uma certa ansiedade para as reuniões de política monetária. Não deve ter muita novidade, mas a dúvida está sobre a trajetória que virá a seguir, quais serão os próximos passos”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
Por aqui, o Copom (Comitê de Política Monetária) publicará sua decisão nesta quarta, tendo já anunciado anteriormente que deve elevar a taxa Selic, agora em 14,25% ao ano, em uma magnitude menor que os aumentos anteriores recentes de 1 ponto percentual —81% das apostas apontam para uma alta de 0,5 ponto percentual, enquanto 19% preveem aumento de 0,25 ponto.
Em reunião da FPE (Frente Parlamentar do Empreendedorismo), nesta terça, o vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, voltou a defender que o Banco Central não considere as variações de preços de alimentos e energia ao analisar a inflação para tomar decisões de política monetária.
Alckmin disse que uma taxa Selic em nível alto tem um “impacto brutal” sobre o custo de capital e a competitividade do Brasil, além de um “efeito gigantesco” sobre a dívida pública.
O Fed deve manter inalterada a taxa de juros nos EUA em meio às tarifas de Trump, o que lança uma sombra de incerteza sobre as perspectivas econômicas. O Fed tem mantido a taxa básica de juros na faixa de 4,25% a 4,50% desde dezembro.
As autoridades do Fed preveem que as tarifas irão aumentar tanto a inflação quanto o desemprego, embora não se saiba ao certo em que grau e por quanto tempo.
Os movimentos da moeda brasileira também ocorriam na esteira de uma aversão maior a ativos de risco nesta sessão, uma vez que os mercados começam a mostrar impaciência com a falta de detalhes sobre as negociações comerciais que os EUA vêm realizando com uma série de países.
O presidente Donald Trump disse nesta terça-feira que ele e as principais autoridades do governo analisarão nas próximas duas semanas os possíveis acordos comerciais para decidir quais serão aceitos.
Trump também disse que a China quer negociar um acordo comercial para acabar com as tarifas concorrentes.
“Eles querem negociar e querem se reunir”, afirmou. “E nós nos reuniremos com eles no momento certo.”
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noticia por : UOL