Dólar abre estável com investidores à espera de acordos comerciais

O dólar ronda a estabilidade nas primeiras negociações desta quarta-feira (14), à medida que os investidores continuam de olho na possibilidade de anúncio de novos acordos comerciais pelos Estados Unidos, enquanto a política tarifária norte-americana segue provocando incertezas.

Às 9h04, o dólar subia 0,04%, a R$ 5,61. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,14%, a R$ 5,631.

O Banco Central fará nesta sessão um leilão de até 25 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de junho de 2025.

Na terça (13), o dólar fechou em forte queda 1,37%, a R$ 5,606, e a Bolsa disparou 1,75%, a 138.963 pontos, novo recorde histórico.

O exterior esteve por trás do bom desempenho dos ativos brasileiros na sessão. De um lado, o CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês) dos Estados Unidos veio abaixo das expectativas. Enquanto o consenso do mercado era de uma alta de 0,3% no mês de abril, a inflação veio em 0,2%, depois de ter caído 0,1% em março.

Nos 12 meses até abril, os preços ao consumidor avançaram 2,3%, enquanto as projeções apontavam para uma manutenção dos 2,4% da leitura anterior.

A interpretação de especialistas é que os dados capturam apenas as tarifas adotadas antes do anúncio do “dia da libertação” do presidente Donald Trump, em 2 de abril. Entre elas, as taxas de 20% sobre todas as importações chinesas, em retaliação à droga fentanil, e as de 25% sobre carros e caminhões leves importados.

De lá para cá, Trump impôs e voltou atrás em uma série de tarifas a parceiros comerciais. Em meio à reação turbulenta dos mercados, sobretudo no de títulos do Tesouro norte-americano, o republicano suspendeu a maioria das sobretaxas específicas de cada país por 90 dias e aplicou uma geral de 10% sobre quase todas as importações.

É provável que o próximo relatório do CPI —o referente a este mês de maio— já indique um impacto significativo do tarifaço do presidente nos preços ao consumidor.

Essa visão também está amparando os mercados de maior risco, como a Bolsa brasileira.

Essa incerteza voltou a rondar os negócios globais nesta terça e incentivou a migração para mercados alternativos. O movimento sucede o acordo comercial entre Estados Unidos e China, firmado em Genebra durante o fim de semana —outro fator de alívio para os investidores.

Ficou acertado que, durante 90 dias, os EUA reduzirão de 145% para 30% as tarifas adicionais sobre produtos chineses (10% de taxa básica, mais 20% relacionados ao fentanil). A China, por sua vez, diminuirá as taxas sobre importações americanas para 10%, ante os 125% de hoje. O país asiático também disse que irá suspender ou cancelar medidas não tarifárias tomadas contra os EUA.

O entendimento entre os dois países arrefeceu a escalada de tensões causada pela guerra comercial, instalando otimismo entre os mercados. A percepção é que os riscos de uma “estagflação” nos EUA —isto é, um cenário de inflação alta e atividade estagnada— se tornaram menores.

Também esteve na terça radar a ata da última reunião do Copom. Na semana passada, o colegiado optou por subir a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, em 0,5 ponto percentual, a 14,75% ao ano.

No documento divulgado na manhã desta terça, o comitê mostrou mais confiança no processo de desaceleração da atividade econômica. Segundo ele, os juros elevados têm contribuído e seguirão ajudando a moderar o crescimento da economia.

O Copom manteve em aberto seus próximos passos e repetiu mensagem do comunicado sobre a necessidade de cautela e flexibilidade.

Com informações da Reuters

noticia por : UOL

14 de maio de 2025 12:00

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