A OMS (Organização Mundial da Saúde) reduziu sua equipe de gestão pela metade e terá que reduzir suas operações, segundo o diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreysus, nesta quarta-feira (14), quatro meses após os Estados Unidos anunciarem que estavam deixando a agência e cortarem financiamento.
“Para ser franco, não podemos fazer tudo”, disse Ghebreyesus em uma reunião do comitê de orçamento antes da reunião anual do órgão, que acontece na próxima semana.
Logo no primeiro dia de seu retorno à presidência dos EUA, em janeiro deste ano, Donald Trump afirmou que o país estava deixando a organização.
De acordo com a lei dos EUA —o maior financiador da OMS— é necessário um aviso prévio de um ano e o pagamento de todas as taxas antes que o país deixe, de fato, a organização. No momento, este dinheiro ainda está pendente.
Diante do corte proposto de 21% no orçamento de 2026 e 2027 para US$ 4,2 bilhões (R$ 23,5 bilhões), o chefe da OMS afirmou que o órgão e seus estados-membros devem fazer escolhas difíceis sobre o que priorizar.
O orçamento reduzido será financiado em cerca de 60% desde que os estados-membros concordem em aumentar suas taxas obrigatórias na reunião da próxima semana, completou Ghebreysus.
A OMS já anunciou medidas de eficiência e espera economizar cerca de US$ 165 milhões (R$ 925,5 milhões) este ano.
Também reduzirá seus 76 departamentos para 34 e planeja cortar custos de pessoal em 25%, completou o chefe da organização, embora isso não signifique que 25% dos empregos sejam cortados.
“Sejamos claros: reduzir a escala de nossa força de trabalho significa diminuir a escala e o escopo de nosso trabalho”, afirmou ele, acrescentando que a organização fechará alguns escritórios em países de alta renda.
O representante disse ainda que a OMS teve discussões com outros grupos de saúde global para discutir uma melhor colaboração diante dos cortes.
A nova equipe de liderança do órgão, de sete pessoas, incluindo Ghebreysus, foi reduzida de 14 pessoas. As mudanças incluem a transferência do cientista-chefe Jeremy Farrar para o cargo de diretor-geral assistente para promoção da saúde e prevenção e controle de doenças.
Chikwe Ihekweazu se tornará diretor executivo do programa de emergências de saúde e Sylvie Briand será cientista-chefe.
noticia por : UOL