“Não somos só nós, as organizações de direitos humanos e as famílias, que estamos procurando. Quem assistiu à série também está procurando, quem soube, por meio desta história, que o autor está desaparecido há quase 50 anos”, disse em entrevista à DW.
Busca que não termina
“E achamos que os netos que procuramos podem ter visto a série, assim como a próxima geração: os bisnetos de Oesterheld. Ou talvez alguém os conheça”, espera Tepper.
Carlos Pisoni, também integrante da H.I.J.O.S, calcula que cerca de 500 netos foram roubados, entre os quais 139 foram encontrados. Quem pegou essas crianças para criar costuma ser chamado de “apropriador”. “Estamos falando de pessoas entre 46 e 50 anos, que andam entre nós, que estão vivas, que têm outro nome, e que chamam os apropriadores de ‘pai’. E, além disso, essas pessoas têm filhos: são bisnetos das avós”, explica Pisoni, cujos pais estão desaparecidos.
Para Pisoni, a principal mensagem da série está “mais viva do que nunca”: a de que o único herói possível é o coletivo, que ninguém pode se salvar sozinho. “E o que a série está gerando é justamente isso: uma busca coletiva”, destaca.
“O que está acontecendo com a série é esperançoso e nos faz acreditar que é possível que isso nos ajude a encontrar o próximo desses 300 netos que ainda estamos procurando, esses bebês roubados durante a ditadura, entre os quais, aliás, estão os dois pertencentes à família Oesterheld”, compartilha Gonçalves Granada, na mesma linha.
noticia por : UOL