O Governo de São Paulo analisa mudar o projeto da linha de trem que pretende ligar a capital paulista a cidade de Campinas, no interior do estado.

O trajeto inicial prevê que as chegadas e partidas em São Paulo sejam realizadas na estação Barra Funda, na zona oeste. A proposta é alterar este ponto para a estação Água Branca, que fica na mesma região da cidade.

Em nota, a Secretaria de Parcerias em Investimentos do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirma que a possibilidade está em fase de estudos.

“A nova estação Água Branca será um dos principais hubs de mobilidade do estado, permitindo a integração entre seis linhas metropolitanas e dois serviços de trens intercidades, promovendo mais conforto, agilidade e conectividade à população.”

Ainda não existe nenhum prazo definido para o fim das avaliações sobre a possibilidade de mudança no projeto.

Em dezembro do ano passado, a gestão Tarcísio assinou com o BNDES o contrato que libera o financiamento para construção do Trem Intercidades Eixo Norte (TIC), nome oficial do projeto que ligará Campinas à capital. O valor total é R$ 6,4 bilhões.

Serão 101 km de extensão com três estações (em São Paulo, Jundiaí e Campinas). Ao todo, mais de R$ 8,5 bilhões serão aportados pelo estado nas obras do empreendimento, previstas para serem concluídas em maio de 2031.

O projeto prevê que o percurso entre Campinas e São Paulo, na viagem expressa, seja realizado em 64 minutos.

Em março deste ano, o governo anunciou um projeto de ampliação da estação Água Branca. O investimento está previsto em R$ 1,3 bilhão e as obras serão realizadas pela concessionária TIC Trens, a mesma responsável pela implantação do trem que pretende conectar via trilhos a capital a Campinas.

Entre as mudanças no local está prevista a implantação de plataformas para atender um outro projeto, o trem que pretende ligar São Paulo a Sorocaba, também no interior.

Está previsto ainda o remanejamento da linha 8-Diamante da CPTM. Além disso, a proposta é que a estação Água Branca se conecte com as linhas 7-Rubi e 9-Esmeralda da CPTM, as linhas 3-Vermelha e 6-laranja do Metrô.

A promessa da gestão Tarcísio é que a primeira fase das mudanças na Água Branca seja entregue no segundo semestre de 2026.

Em 2024, a Justiça chegou a suspender a concessão do Trem Intercidades entre as cidades de São Paulo e Campinas.

Na época, a juíza Simone Casoretti, da 9ª Vara de Fazenda Pública da capital, determinou que a assinatura do contrato entre governo estadual e concessionária fosse impedida até que mais informações sobre o projeto fossem prestadas.

A decisão atendeu a um pedido do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas Ferroviárias, que apontou irregularidades no edital que estabelece as regras da PPP (parceria público-privada). O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) derrubou a medida, o que possibilitou a continuidade do processo.