A ansiedade e o estresse são sentimentos comuns entre os estudantes que se preparam para o Enem e uma bateria de vestibulares.

No entanto, é importante estar atento aos sinais de quando essas sensações ultrapassam o limite do que é considerado normal e começam a comprometer o bem-estar e o desempenho nas provas.

Especialistas ouvidos pela Folha deram sugestões para enfrentar esses sentimentos. A seguir, conheça algumas formas.

A terapia também é uma alternativa para os estudantes que enfrentam ansiedade e nervosismo durante esse período de preparação para o vestibular.

Além de oferecer acolhimento, o acompanhamento psicológico ajuda os alunos a desenvolverem práticas para lidar com a pressão e controlar a ansiedade.

Em agosto de 2024, a Folha estreou o podcast Modo de Viver, apresentado pela repórter Bárbara Blum. No primeiro episódio, o programa discutiu sobre a ansiedade, destacando como esse transtorno se tornou um dos mais característicos do século 21.

A edição também abordou os possíveis caminhos para o bem-estar em meio a um mundo instável que parece gerar cada vez mais angústia.

Em momentos de ansiedade, angústia ou irritação, exercícios de respiração podem ser aliados para retomar o equilíbrio emocional do estudante. É o que afirma Betina Fonseca, psicóloga escolar e coordenadora de bem-estar da St. Nicholas School.

Uma das estratégias destacadas é chamada de “3-3-6”. Nela, a pessoa inspira profundamente pelo nariz contando até três, mantém o ar nos pulmões por mais três segundos e, logo após, expirar lentamente pela boca por seis segundos.

“Essa respiração lenta e profunda ativa o sistema nervoso parassimpático, que ajuda a acalmar o corpo e a mente”, afirma Fonseca.

Outra prática é a técnica de aterramento “5-4-3-2-1”, que convida o praticante a se concentrar nos sentidos para trazer a atenção ao momento presente. O exercício consiste em identificar cinco objetos visíveis, quatro sons distintos, três sensações táteis, dois aromas e um sabor.

De acordo com a psicóloga, utilizar essas técnicas de forma consciente auxilia na redução da tensão muscular, promove o relaxamento físico, melhora a concentração e favorece a clareza mental.

“Desse modo, enquanto passam pela experiência, os alunos desenvolvem suas habilidades socioemocionais e lidam com o estresse de uma forma positiva, pois aprendem a manejar suas emoções com mais tranquilidade e resiliência”, afirma Fonseca.

O mindfulness é uma prática que propõe direcionar a atenção plena ao momento presente, de maneira consciente, intencional e livre de julgamentos.

Em um estudo publicado em agosto de 2024 por pesquisadores das Universidades de Bath e Southampton, no Reino Unido, indicam que a prática de mindfulness por apenas dez minutos diários já é capaz de melhorar o bem-estar e reduzir sintomas de ansiedade e depressão.

“As técnicas permitem que a pessoa esteja mais conectada com suas experiências e relações, focando em seus pensamentos, sentimentos e sensações corporais, sem se deixar levar por preocupações com o passado ou o futuro”, explica Betina Fonseca.

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  Orientação profissional

Além da pressão dos estudos e das provas, os vestibulandos enfrentam o desafio da escolha da profissão e, por consequência, da área de estudos na universidade.

Segundo Manoela Ziebell, professora de psicologia da PUC-RS e especialista em orientação profissional, o apoio de um profissional da área pode ajudar o estudante nesse processo.

“Os orientadores profissionais ajudam os estudantes a fazer escolhas mais acertadas e alinhadas com seus interesses, habilidades, desejos e valores. Esse apoio também contribui para a organização dos estudos e gerenciamento de estresse durante o período de provas”, afirma Ziebell.

Algumas universidades e instituições oferecem encontros com profissionais da área para auxiliar os estudantes.

Para muitos estudantes, o vestibular e o Enem representam o primeiro grande desafio acadêmico. Essa experiência inédita pode gerar inseguranças e ansiedade antes mesmo da realização das provas.

Mariana Chaves, pós-graduada em psicopedagogia e especialista em educação na rede Kumon, afirma que a realização de simulados é uma estratégia eficaz para amenizar esses sentimentos.

Simular o ambiente do exame —respeitando o tempo de duração e os horários— contribui para preparar não apenas cognitivamente, mas também emocionalmente, favorecendo um desempenho mais tranquilo no dia da prova.

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