O relato do brasileiro foi dado na condição de anonimato, temendo ainda por sua segurança e para evitar que colegas possam ser prejudicados.

Segundo ele, nos primeiros meses do governo Trump, já ficava evidenciado que os problemas poderiam ser importantes. Os primeiros sinais foram as exigências que faculdades desmontassem programas de diversidade e que operações envolvendo a ajuda externa foram suspensas.

Nos bastidores, a direção da faculdade passou a enviar e-mails e cartas aos pesquisadores, contando o que estava fazendo para proteger a ciência e seus acadêmicos.

Mas logo, segundo ele, ficaria claro que o abalo seria ainda mais profundo.

Em abril de 2025, a Universidade de Harvard enviou um comunicado oficial à comunidade acadêmica indicando que a instituição estava sendo alvo de revogações de vistos e, de um modo muito sutil, alertou que não poderiam garantir que estrangeiros não seriam barrados nos aeroportos. Na carta, a instituição oferecia suporte para os casos de suspensão.

O documento revelou às universidades em Boston que ninguém estaria protegido e as prisões na Harvard davam indicações de que a operação envolveria a polícia.