Na sexta, estive no Palácio do Planalto e ouvi de várias fontes o mesmo recado: se houver qualquer tipo de ação contra Moraes, isso será considerado como uma ação contra as instituições brasileiras. O que Lula fez no fim de semana foi explicitar isso com outras palavras. Será feita uma linha vermelha; qualquer coisa além dela será considerada como uma ingerência em assuntos domésticos e uma espécie de ataque à soberania brasileira.
Qual é a resposta que o Brasil prepara? Segundo o Planalto, será política. O Brasil não pretende retaliar ou colocar algum tipo de sanção contra os americanos por conta de algum tipo de ação contra Moraes. O caminho é uma declaração política contundente, deixando claro que isso não seria considerado como aceitável dentro da relação bilateral. Jamil Chade, colunista do UOL
Jamil explicou o impacto que uma eventual sanção a Moraes pode provocar tanto no cenário interno como externo no Brasil.
O governo brasileiro já mandou recados aos EUA de que se essa opção for escolhida por eles, isso terá um impacto negativo na relação bilateral. Isso é considerado na Casa Branca, mas não quer dizer que será o fator que freará uma eventual ação dos americanos contra Moraes ou o STF.
Dois pontos foram considerados. O primeiro, uma eventual sanção a Moraes ou ao STF fortalecerá a dimensão asiática ou europeia da política externa brasileira. Ou seja: o Brasil se distanciaria ainda mais dos EUA e procuraria parceiros na China ou na Europa.
O segundo, será que essa sanção a Moraes será positiva para o bolsonarismo em 2026 ou será um tiro no pé e reunirá partidos políticos contra a ingerência americana? Tudo isso está em debate e os próximos dias serão fundamentais, inclusive pela retomada do processo sobre o Marco Civil. Jamil Chade, colunista do UOL
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