O retorno ao escritório, tendência que tem aumentado entre grandes empresas recentemente, virou motivo de indignação e abaixo-assinado para funcionários do JPMorgan Chase. Em janeiro deste ano, o banco determinou que os funcionários que trabalhavam na modalidade híbrida devem estar presencialmente no escritório cinco dias por semana a partir de março.
O gigante bancário tem mais de 300 mil funcionários em todo o mundo. Segundo a agência Bloomberg, trabalhadores descontentes com a medida criaram um abaixo-assinado, direcionado ao CEO do banco, Jamie Dimon, pedindo a reconsideração da decisão.
A reportagem afirma que, até a manhã desta quinta-feira (13), havia 1.200 assinaturas. Dimon, em discussão nesta quinta em Ohio, reagiu ao assunto dizendo que “não importava quantas pessoas assinassem a maldita petição”.
Desde o ano passado, bancos e outras instituições financeiras têm se destacado pelas batalhas que ainda travam com seus funcionários pelo retorno ao escritório, numa espécie de linha de frente pelo fim do home office.
Mais da metade dos funcionários do banco norte-americano, inclusive os líderes das equipes, já eram obrigados a trabalhar presencialmente em em tempo integral. O CEO citou questões de produtividade e criatividade para justificar a postura, acrescentando que não haveria possibilidade nenhuma de deixar a decisão de organização do formato de trabalho para os gerentes.
Segundo ele, os chefes falharam em organizar suas equipes deixando, inclusive, empregados mais jovens desamparados por causa do trabalho híbrido e remoto. A redução do trabalho remoto também foi adotada em outros gigantes, como Amazon, Toyota e Petrobras. Outras, como o banco Citi e o Spotify, continuam resistindo à tendência e mantendo as modalidades híbridas.
Na ocasião, conforme a Bloomberg aponta, o CEO também foi questionado sobre a diversidade no quadro de funcionários do banco —assunto que também tem sido pauta entre grandes empresas desde o retorno de Donald Trump, grande crítico de ações de DEI (sigla para diversidade e inclusão), à Casa Branca.
Dimon afirmou que o JPMorgan vai diminuir gastos com as políticas, que ele vê como “desperdício de dinheiro”, e que teria adotado a medida mesmo se Trump não estivesse no poder. A afirmação ecoa a postura de uma vasta lista de empresas americanas, que estão recuando ações de DEI para se adaptar ao novo clima político. Disney, Meta, John Deere e Goldman Sachs são alguns dos exemplos.
Procurado pela reportagem da Bloomberg, o JPMorgan não quis se manifestar sobre as falas do CEO.
noticia por : UOL