Igreja Católica pede que El Salvador não vire uma prisão como Guantánamo

A Igreja Católica pediu, neste domingo (20), que o presidente Nayib Bukele não transforme El Salvador em “uma grande prisão internacional” após os acordos feitos por ele com seu homólogo americano, Donald Trump, como ocorreu com Guantánamo, território americano em Cuba.

Na última segunda-feira (14), durante uma visita à Casa Branca, Bukele selou com Trump uma aliança que permitiu aos Estados Unidos enviar centenas de deportados, sobretudo venezuelanos, para uma megaprisão salvadorenha com capacidade para 40 mil detentos.

Trump tenta fazer deportações em massa usando a Lei de Inimigos Estrangeiros, de 1798, que até então só tinha sido usada em tempos de guerra. “Pedimos a nossas autoridades que não permitam que nosso país se torne uma grande prisão internacional”, disse o arcebispo de San Salvador, José Luis Escobar, durante entrevista a jornalistas.

Bukele, o principal aliado de Trump em sua estratégia para combater a migração irregular, afirmou que tem “muita vontade de ajudar” os EUA. “Estão nos ajudando. Agradecemos”, disse-lhe o presidente americano.

Escobar também fez alusão a colunas de opinião, nas quais advertiu que “El Salvador seria uma nova Guantánamo“, território que Cuba arrenda aos Estados Unidos desde 1903 e onde foi instalada uma base naval americana e uma prisão.

O país “se tornaria uma prisão para que os Estados Unidos mandem os presos para cá e gastem menos do que gastam em Guantánamo”, acrescentou, comentando o artigo.

“Pedimos ao governo que não seja permitido. Pode ser [que] o governo o faça com a melhor intenção, possivelmente querendo de parte dos EUA um melhor tratamento para nossos migrantes […], mas o fato é que não convém ser a prisão de outros países, menos ainda de um país tão grande como os EUA”, disse.

Muitos dos deportados para El Salvador estavam presos em Guantánamo. Os 2,5 milhões de salvadorenhos que moram nos EUA são um pilar para a economia de seu país pelas remessas que enviam, que representaram 23% do PIB em 2024.

noticia por : UOL

21 de abril de 2025 1:47

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