Família de advogado morto encerra briga por disputa de terra: "Vivemos com insegurança"

DO REPÓRTER MT

Visando segurança, a família de Renato Nery, assassinado em Cuiabá, anunciou que irá encerrar uma briga judicial de uma disputa de terras, iniciada pelo advogado. 

O litígio teve início em 2023, quando Renato Nery e seu sócio protocolaram uma Ação Anulatória buscando invalidar um acordo firmado em agosto de 2022 com Wilma Terezinha Destro Fernandes. A ação resultou no bloqueio judicial de valores referentes a um contrato de arrendamento, em abril de 2024.

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No entanto, poucos dias após o assassinato de Nery, a família foi intimada pela Justiça a se manifestar sobre a continuidade ou não do processo. Diante das circunstâncias, os herdeiros decidiram formalizar um acordo com a parte adversa.

O acordo foi homologado na última semana pelo Poder Judiciário e, segundo a família, foi firmado de forma legal, com respaldo documental e autenticidade judicial. Por meio de nota, os herdeiros afirmaram que a medida visa “assegurar o bem-estar da família, que ainda vive um momento de luto e insegurança”, além de pôr fim a um conflito judicial que se arrastava há décadas.

Mandantes do crime

Nery foi alvo de tiros no dia 5 de julho de 2024, em frente ao seu escritório de advocacia localizado na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá. O advogado chegou a ser resgatado por uma equipe médica e levado ao Hospital Jardim Cuiabá, onde foi submetido a uma cirurgia de emergência, mas na madrugada do dia seguinte ele morreu.

A empresária Julinere Goulart Bentos e o marido dela, o também empresário César Jorge Sechi, são apontados como mandantes do crime. Eles foram presos no dia 9 de maio, durante uma das fases da Operação Office Crime. Na última semana, eles tiveram a prisão prorrogada por mais 30 dias. 

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A motivação do crime seria uma disputa de terras referente a uma propriedade rural localizada em São Joaquim (448 km de Cuiabá). 

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Outros envolvidos

O policial militar Heron Teixeira confessou envolvimento no assassinato, bem como o caseiro dele, Alex Roberto, que foi o autor dos disparos.

À polícia, Heron disse que contratou Alex dois meses antes do assassinato. Já Alex confessou ter atirado em Renato Nery a mando de César e Julinere. Ele disse também que recebeu cerca de R$150 mil do casal para cometer o crime.

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Os dois deverão responder por homicídio triplamente qualificado.

Além do casal de empresários, do policial militar e do caseiro, a polícia identificou ainda outros policiais militares envolvidos na morte do advogado.

Jorge Rodrigo Martins, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Leandro Cardoso, do Batalhão de Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) foram acusados de forjarem um confronto para dar fim na arma utilizada para matar Renato Nery. Eles foram presos preventivamente, mas, por determinação do juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, conseguiram a liberdade.

O PM Ícaro Nathan Santos Ferreira também foi apontado como um dos envolvidos no assassinato e continua preso.

FONTE : ReporterMT

9 de junho de 2025 16:53

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